Observação: Fiz um resumo em português do livro “The Screenwriter’s Problem Solver” do “Syd Field”. Este é apenas um capítulo, veja o resumo dos outros capítulos em: The Screenwriter’s Problem Solver – Syd Field – Resumo
Segue o Problem Sheet:
- Falta tensão e suspense.
- O que está em jogo não é tão alto.
- A história é elaborada demais, muito complexa e coisas acontecem muito rápido.
- História é muito fina, vaga e forçada/maquinada.
- Muitos plot twists e viradas.
- Mais diálogos do que necessários, ou diálogos muito diretos.
- Personagens são flat, unidimensionais.
- Protagonista não é muito simpatizante.
- Personagem sempre reagindo aos acontecimentos e não tem um real ponto de vista.
- Personagens menores se destacam mais que o protagonista.
Sempre se pergunte se você precisa mesmo escrever essa cena ou não. Se fizer isso vai escrever menos cenas. Mas aí tem que cuidar porque você pode deixar de escrever algo importante também.
Podemos intuitivamente sentir quando alguma coisa não está lá, mas deveria estar.
Em um filme sobre um soldado capturado, o escritor omitiu como era vida do soldado antes disso, quem era sua família, ou quais eram as esperanças dele ali.
Tem que cuidar também pois esses buracos no roteiro, cenas que não vimos, vão acabar sendo explicadas através de diálogo depois.
Sempre tem que ter algo em jogo na história. Algo de valor. Isso faz ter mais drama e tem intensidade emocional. Alguma coisa de valor, físico ou emocional, interno ou externo, tem que estar em risco.
Se um personagem é fraco, vai ter pouca tensão em jogo. Os personagens acabam não sendo guiados por suas paixões e emoções.
Por que o que o personagem quer, é tão importante pra ele? Isso tem que estar claro pra quem lê/assiste.
Uma alternativa, quando o material parece simplista, você pode colocar um subplot para entrar junto na ação.
O propósito de um subplot é adicionar mais possibilidades dramáticas na história, abrir a ação para deixar mais visual, e preencher peças faltando para afiar e definir os conflitos.
Você pode criar um subplot através da ação ou através de um personagem.
Se você fazer através de um personagem, você vai precisar de um novo personagem (ou um que já existe) e escrever a biografia dele. Talvez esse personagem tenha algum passado com o protagonista.
Definindo o que traz o novo personagem na história e como o protagonista reage a isso, você cria uma série de ações e reações que vão influenciar na história principal
Se sua história tem um sequestrador, quem é ele? Pq sequestraram justamente essa criança? Esse relacionamento bizarro, se explorado, pode trazer outra dimensão para o roteiro.
Entenda seu protagonista
Escrever é sempre um ato de descoberta, você nunca sabe onde vai chegar.
Escreva um ensaio sobre “O que o seu protagonista faz da vida?” Qual é a profissão? Relacionamento no trabalho? Tem conflitos lá? Tem um projeto particular? Um pagamento que não recebeu? Talvez você ache aqui algum elemento para um subplot.
E a vida pessoal? Casado? Solteiro? Viúvo? Pense em conflito aqui. É muito melhor, dramaticamente falando, um relacionamento que não está na sua melhor situação. Duas pessoas felizes tem pouco valor dramático.
E nesse relacionamento? Um questiona o envolvimento do outro? Quanto tempos estão juntos? Tem filhos? Tem filho em outro casamento e o parceiro não sabe?
E a vida pessoal dele? Hobbies? Ele tá fazendo aula de culinária? Yoga? Dança?
Animais de estimação podem ajudar também. Eles adicionam incidentes e elementos na história. E podem ser uma forma de adicionar profundidade e simpatia no seu personagem. Se o gato ficar doente, o protagonista vai se atrasar pra um compromisso importante.
Próximo capítulo: http://adrianoo.com/the-screenwriters-problem-solver-chapter-11-another-time-another-place-bridging-time-and-action-ligando-acoes-e-tempo-resumo/